A violência se manifesta por meio da tirania, da opressão e do abuso da
força. Ocorre do constrangimento exercido sobre alguma pessoa para
obrigá-la a fazer ou deixar de fazer um ato qualquer. Existem diversas
formas de violência, tais como as guerras, conflitos étnico-religiosos e
banditismo.
A violência, em seus mais variados contornos, é um fenômeno histórico
na constituição da sociedade brasileira. A escravidão (primeiro com os
índios e depois, e especialmente, com a mão de obra africana), a
colonização mercantilista, o coronelismo, as oligarquias antes e depois
da independência, somados a um Estado caracterizado pelo autoritarismo
burocrático, contribuíram enormemente para o aumento da violência que
atravessa a história do Brasil.
Diversos fatores colaboram para aumentar a violência, tais como a
urbanização acelerada, que traz um grande fluxo de pessoas para as áreas
urbanas e assim contribui para um crescimento desordenado e
desorganizado das cidades. Colaboram também para o aumento da violência
as fortes aspirações de consumo, em parte frustradas pelas dificuldades
de inserção no mercado de trabalho.
Por outro lado, o poder público, especialmente no Brasil, tem se
mostrado incapaz de enfrentar essa calamidade social. Pior que tudo isso
é constatar que a violência existe com a conivência de grupos das
polícias, representantes do Legislativo de todos os níveis e, inclusive,
de autoridades do poder judiciário. A corrupção, uma das piores chagas
brasileiras, está associada à violência, uma aumentando a outra, faces
da mesma moeda.
As causas da violência são associadas, em parte, a problemas sociais como miséria, fome,
desemprego. Mas nem todos os tipos de criminalidade derivam das condições
econômicas. Além disso, um Estado ineficiente e sem programas de
políticas públicas de segurança, contribui para aumentar a sensação de
injustiça e impunidade, que é, talvez, a principal causa da violência.
A violência se apresenta nas mais diversas configurações e pode ser
caracterizada como violência contra a mulher, a criança, o idoso,
violência sexual, política, violência psicológica, física, verbal,
dentre outras.
Em um Estado democrático, a repressão controlada e a polícia têm um
papel crucial no controle da criminalidade. Porém, essa repressão
controlada deve ser simultaneamente apoiada e vigiada pela sociedade
civil.
Conforme sustenta o antropólogo e ex-Secretário Nacional de Segurança
Pública , Luiz Eduardo Soares: "Temos de conceber, divulgar, defender e
implantar uma política de segurança pública, sem prejuízo da preservação
de nossos compromissos históricos com a defesa de políticas
econômico-sociais. Os dois não são contraditórios" .
A solução para a questão da violência no Brasil envolve os mais
diversos setores da sociedade, não só a segurança pública e um
judiciário eficiente, mas também demanda com urgência, profundidade e
extensão a melhoria do sistema educacional, saúde, habitacional, oportunidades
de emprego, dentre outros fatores. Requer principalmente uma grande
mudança nas políticas públicas e uma participação maior da sociedade nas
discussões e soluções desse problema de abrangência nacional.
Orson Camargo
Colaborador Brasil Escola
Graduado em Sociologia e Política pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo – FESPSP
Mestre em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP
Colaborador Brasil Escola
Graduado em Sociologia e Política pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo – FESPSP
Mestre em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP
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