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segunda-feira, 10 de junho de 2013

VICIADOS TROCAM FAMÍLIA E DIGNIDADE POR CRACK



Meio-dia de sexta-feira. Em vez de um prato de comida, a catadora de recicláveis Rosa Pereira (nome fictício), 38 anos, optava por uma pedra de crack, para alimentar o vício. Ela estava na localidade conhecida como Gameleira, uma via de acesso à Ladeira da Preguiça, Centro Histórico. Com a intensificação do policiamento nas antigas "cracolândias" das ruas do Gravatá e da Independência, aquele passou a ser mais um esconderijo alternativo utilizado  por dependentes químicos para o consumo da droga na capital baiana.
Em meio aos escombros de um antigo casarão abandonado, assim como Rosa, pelo menos meia dúzia de outras pessoas utilizava cachimbos artesanais para tragar a fumaça da pedra, cujo efeito no organismo certamente ofuscava a vista para a Baía de Todos-os-Santos. A paranoia de se esconder para fumar leva os dependentes químicos a frequentarem locais subumanos,  como o córrego por onde passa o Rio das Tripas, nas Sete Portas. Durante o dia, os viciados costumam se concentrar em frente ao antigo prédio do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Outro ponto usado por eles é a ponte que liga o Costa Azul à Avenida Magalhães Neto, ambas zonas nobres da capital. O ambiente está repleto de restos de papelão, sucata, garrafas plásticas e carrinhos de supermercado inutilizados.

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