A PEC do Trabalho Escravo (PEC 57A/1999),
que permite a expropriação de terras em que se constate a existência de
trabalhadores em regime de escravidão, ainda não seguirá para exame do
Plenário. Durante a sessão desta quinta-feira (27), o
senador Paulo Paim (PT-RS) chegou a solicitar à Mesa que a proposta,
aprovada mais cedo na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania
(CCJ), entrasse na lista de prioridades das votações da Casa.
No entanto, prevaleceu acordo fechado na CCJ de que a PEC aguardaria a
definição de duas leis - que servirão para definir o trabalho escravo e
para estabelecer um processo judicial próprio para a expropriação - a
cargo de comissão mista especial. Paim entendia que a PEC poderia ser
aprovada e ficar no aguardo da regulamentação.
O senador Waldemir Moka (PMDB-MS) foi um dos que lembraram o entendimento firmado na comissão.
- Votou-se a PEC do Trabalho Escravo e a
garantia de que só virá ao Plenário depois de constituída uma comissão
especial que vai definir os critérios do que seria, em termos jurídicos,
a definição de trabalho escravo. É esse o entendimento que foi feito.
O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), relator da matéria na
CCJ, reiterou que o entendimento foi necessário para facilitar a
aprovação do projeto. Na semana passada, ele criticou um acordo que
teria sido feito na Câmara para que a proposta fosse modificada no
Senado e, assim, tivesse de retornar àquela Casa.
Aloysio Nunes explicou que a proposta, por não ser “autoaplicável”, demanda a elaboração de duas leis.
- E foi combinado também que as coisas caminhariam em paralelo, com o
objetivo de aprovar a emenda constitucional, evitar que houvesse
qualquer tipo de receio, de arbitrariedades que pudessem ser cometidas
ao abrigo dessa lei - acrescentou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário