No quarto dia de protestos contra os
aumentos de ônibus em São Paulo, a Polícia Militar decidiu barbarizar.
Ainda na concentração, 40 jovens foram detidos. Na madrugada,
contabilizados todos os presos, eram nada menos que 235 pessoas. Desses
suspeitos, 198 foram encaminhados ao 78º DP (Jardins) e outros 37 para o
1º DP (Liberdade). Destes, 231 foram soltos e quatro seguem detidos,
acusados de formação de quadrilha.
Ao comentar o episódio, o prefeito de São Paulo, Fernando
Haddad condenou a violência policial. "Na terça, a imagem que ficou foi
da violência dos manifestantes. Hoje, infelizmente, não resta dúvida, a
imagem que ficou e da violência policial". O secretário de Segurança do
estado, Fernando Grella, disse que as ações foram tomadas para garantir o
"direito de ir e vir", mas afirmou que abusos serão investigados pela
"corregedoria" da instituição.
Ao todo, sete jornalista da Folha de S. Paulo foram
agredidos e, entre os detidos, está o repórter da "Carta Capital",
Piero Locatelli. A repressão ao trabalho da imprensa provocou protestos até mesmo da Anistia Internacional.
Os protestos criticam o aumento das passagens dos ônibus
de R$ 3,00 para R$ 3,20 e o Ministério Público propõe um congelamento
dos preços durante 45 dias – que seria o prazo para uma negociação com o
governador Geraldo Alckmin e com o prefeito Fernando Haddad. "Quanto a
reduzir o valor da passagem, não há possibilidade", afirmou o
governador. O prefeito Fernando Haddad (PT) também disse que não
reduzirá a tarifa de ônibus. Ele reafirmou que o aumento de R$ 3 para R$
3,20 ficou abaixo da inflação e que cumpriu compromisso de sua
campanha.
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