Ricardo Ribeiro | ricardo_rb10@hotmail.com
Quem acredita piamente que o vice-governador Otto Alencar (PSD) não
seja potencial candidato à sucessão de Jaques Wagner pode também adotar
os mais tenros contos da carochinha como livros de cabeceira.
Raposa velha, urdida no berço do carlismo, mas com habilidade para se
relacionar de modo amplo e eficiente com os mais diversos segmentos da
política, Otto trabalha com a tranquilidade dos que não precisam de
grande esforço para conquistar resultados expressivos. Aliás, o vice
conta com a vantagem de ter quem trabalhe por ele.
Ao afirmar sua postura de soldado a serviço do governador e disposto a
seguir suas orientações, Otto transmite um desapego que só ajuda a dar
mais consistência à sua imagem, deixando no ar um sentimento de que
outros postulantes do mesmo grupo tateiam como candidatos de si mesmos
(artimanhas de raposa). Paralelamente, aliados da base fortalecem a
figura do segundo mandatário como sucessor natural, quase
inquestionável. Um contraponto perfeito às opções ainda não consolidadas
e de futuro incerto apresentadas pelo PT.
E não são apenas os aliados que trabalham pelo vice-governador. Até
adversários do grupo, antes mais ferrenhos, hoje mais dóceis, demonstram
preferência por ele. Ex-correligionário, o atual secretário de
Transportes de Salvador, José Carlos Aleluia, afirmou em entrevista ao
jornal A TARDE que se o candidato for Otto, é capaz até de o DEM
embarcar no voo, com o PT não mais como piloto, mas na posição de
copiloto.
Não parece algo plausível ou provável de ocorrer, não apenas pelos
compromissos entre o DEM e o PMDB de Geddel, mas também pelos óbices da
esfera nacional. A impressão é de que a afirmação de Aleluia, que jamais
seria gratuita ou impensada, teve o objetivo de constranger os
petistas, reforçando um sentimento de que o partido procura impor uma
candidatura própria difícil, sacrificando aquele que seria em tese o
melhor nome. E mais: um nome com pedigree democrata e linhagem carlista, o que certamente estimula os confetes do secretário soteropolitano.
Voltando aos aliados, a defesa ao nome de Otto pode produzir até certos “milagres”,
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