Após recusa de promotores mineiros, Procuradoria
da República no Distrito Federal concluiu pela existência de oito fatos
tipificados como crimes que exigem mais apuração em acusações feitas
pelo empresário, segundo as quais o ex-presidente Lula teria se
beneficiado pessoalmente do chamado mensalão
2 de Abril de 2013 às 05:12
A Procuradoria da República no Distrito
Federal abriu seis investigações sobre as acusações feitas pelo
empresário Marcos Valério Fernandes de Souza no depoimento prestado em
24 de setembro de 2012. Condenado pelo SFT como o operador do chamado
mensalão, ele acusou o ex-presidente Lula de ter se beneficiado
pessoalmente do esquema.
Segundo o Estadão, os procuradores da República em Brasília
concluíram pela existência de oito fatos tipificados, em tese, como
crimes que exigem mais apuração. Dois já estão em investigação em outros
inquéritos instaurados no âmbito do Ministério Público Federal.
No ano passado, Valério prestou o depoimento em que acusa Lula depois
de ter sido condenado a mais de 40 anos de prisão pelo Supremo Tribunal
Federal (STF) na Ação Penal 470. Ao procurador-geral da República,
Roberto Gurgel, o empresário disse que Lula autorizou os empréstimos
para custear o esquema celebrizado por mensalão, além de dizer que o
então presidente teria embolsado parte do dinheiro para bancar despesas
pessoais.
Gurgel temia que o depoimento fosse apenas uma manobra do empresário
para atrapalhar o julgamento e esperou o fim do processo para despachar o
depoimento.
Inicialmente, ele foi remetido para análise do Ministério Público
Federal em Minas Gerais. Mas o procurador Leonardo Augusto Santos Melo
descartou abrir investigação contra o ex-presidente Lula. O depoimento
não acrescentou nada às investigações que correm em Minas Gerais sobre o
caso do mensalão ou às ações que tramitam na Justiça Federal no Estado.
A Procuradoria da República em Minas já investiga os repasses feitos
por Valério à empresa do ex-assessor da Presidência da República Freud
Godoy. O operador do mensalão afirmou ter depositado um cheque de R$ 100
mil na conta da Caso Sistema de Segurança, uma empresa do setor de
segurança privada.
Baseada nessa avaliação, a Procuradoria da República em Minas Gerais
enviou para análise do Ministério Público Federal no Distrito Federal o
depoimento. No entendimento dos procuradores mineiros, os fatos narrados
por Valério, entre eles o pagamento de contas de Lula com dinheiro
proveniente do esquema, teriam ocorrido no Distrito Federal. (247)
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