Na
posse de Carlos Alberto Reis de Paula na presidência do TST, no dia 5, o
polêmico desembargador do TRF Tourinho Neto encontrou-se com o colega
de CNJ Jorge Hélio e lhe pediu para julgar uma liminar enviada ao
conselho por sua filha, Lilian. Ela, que também é juíza do TRF, queria
alterar as regras para a transferência de magistrados – Lilian,
resasalte-se, seria beneficiada pela liminar. No dia seguinte, Hélio
concedeu a Lilian a liminar. Ao saber da decisão, Neto enviou um e-mail
comemorativo para a filha. Ou melhor, achou que estava enviando para a
filha. Mas, ao digitar as inicias ”Li” acabou selecionando não o e-mail
de Lilian - mas da lista de juízes da Ajufe, com centenas de
magistrados. Quando o e-mail chegou aos juízes, alguns quiseram saber se
houve favorecimento a Lilian por ela ser filha de Neto e por seu pai
ter pedido, pessoalmente, para Hélio julgar o caso. Por isso, um
representante da Ajufe foi até o gabinete de Hélio no CNJ. O conselheiro
garantiu que julgou o processo de acordo com os argumentos apresentado
no pedido de liminar, que não foi influenciado por Tourinho Neto e,
imediatamente, seguiu para o gabinete do colega para tomar uma
satisfação sobre o e-mail. Como ele não estava lá, Hélio ligou para Neto
e ouviu o seguinte: - Me desculpe, fiz uma m… e te coloquei no meio da
m… Entendendo que a decisão de Hélio iria beneficiar somente três juízes
– entre eles a filha de Neto – e prejudicar outros oitenta, a própria
Ajufe pediu para entrar como parte no processo. A entidade enviou um
parecer para Hélio, que se convenceu com os argumentos e horas depois
cassou sua própria liminar. Por Lauro Jardim
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