Vozes de mais de 1 milhão de pessoas que saíram em protestos estão sendo
ouvidas e, em pouco mais de duas semanas, conseguiram mudar a agenda
política brasileira. Violência e morte são o lado ruim de um movimento
que faz o país avançar como há muito não se via. Sim, o povo deu o
recado. Protestou, gritou e obrigou os poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário a tomarem decisões sobre temas que se arrastavam havia anos.
Em 6 de junho, jovens em defesa do passe livre começaram a tomar as ruas
de São Paulo e, sete dias depois, o movimento chamou a atenção de todo o
país e se multiplicou. Desde então, houve conquistas como redução dos
preços de passagens de ônibus, derrubada da PEC 37, que tiraria o poder
de investigação do Ministério Público, e destinação de 75% dos royalties
do petróleo para a educação e de 25% para a saúde. Para da há duas
décadas no Congresso, a reforma política agora está na ordem do dia.
Corrupção virou crime hediondo. E pela primeira vez um deputado em
exercício foi preso, condenado por desvio de dinheiro público. Mas a
população e o país estão pagando um preço alto demais. Infiltrados nas
manifestações, vândalos já causaram prejuízo acima de R$ 6 milhões ao
patrimônio público. Muitos deles são seguidores do Black Bloc, que se
movem por ideais anarquistas e destroem tudo por onde passam. Entre
empresários e comerciantes que tiveram lojas saqueadas e depredadas, as
perdas ainda são calculadas, enquanto decidem se continuam nos endereços
atacados por criminosos. Na escaladados protestos, seis pessoas já
morreram, uma delas em BeloHorizonte: o jovem Douglas de Oliveira Souza,
de 21 anos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário