A ação do Batalhão de Choque da Polícia Militar da Bahia contra
estudantes e professores da Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC)
seguiu todos os protocolos necessários em casos que dependam da
intervenção policial para a garantia da ordem pública. A afirmação foi
feita pelo secretário estadual da Segurança Pública, Maurício Teles
Barbosa. Na manhã desta terça-feira (4), manifestantes interditaram um
trecho da Avenida Paralela, em Salvador, para protestar contra o não
pagamento dos salários e dos direitos trabalhistas dos docentes da
instituição privada de ensino superior. A manifestação foi interrompida por PMs,
que utilizaram bombas de gás e balas de borracha para dispersar o
movimento e desobstruir a via. Na ação, alguns manifestantes ficaram
levemente feridos. “O que nós queremos passar, inclusive dizemos isso às
nossas polícias, é que o direito democrático de protesto existe e tem
que ser exercido, até porque é o cerne da democracia, mas contanto que
seja feito sem causar transtornos à cidade. O que não podemos aceitar é o
fechamento de vias, por qualquer motivo, que traga transtornos ou risco
de vida a outras pessoas, como aquelas que estão em ambulâncias, por
exemplo”, afirmou o chefe da pasta, em entrevista ao Bahia Notícias. De
acordo com Barbosa, que participa em Belo Horizonte de um encontro com
secretários da Segurança Pública dos estados brasileiros, a intervenção
foi realizada após esgotar-se todas as tentativas de negociação para a
liberação da Paralela, considerada uma das artérias de locomoção da
capital baiana. “Foi colocado para eles que poderiam fazer o protesto em
frente à faculdade até a chegada da imprensa, ou até no canteiro
central da [Avenida] Paralela, coisa que não foi observada pelos
manifestantes, que decidiram fechar o trânsito. Nós estamos acompanhando
engarrafamentos críticos pela cidade sem manifestação, com manifestação
fica pior ainda. Então, não restou outra solução, já que não foi aceito
o que foi colocado pela Polícia Militar, que necessitou fazer uso
progressivo da força com a utilização de armas não-letais conforme a
resistência colocada frente à ordem pública”, justificou.
Ainda segundo o titular da SSP, a PM está orientada a seguir
todos os protocolos e agir, caso haja necessidade de desobstrução das
ruas e avenidas de Salvador. “Temos que mostrar para as pessoas que
estão reivindicando que o direito delas vai até onde vai o direito da
coletividade. A orientação da Secretaria de Segurança Pública, que tem o
dever de manter a ordem pública, é negociar e mostrar a essas pessoas
que elas têm esse direito de reivindicar, observando o direito de ir e
vir das pessoas. E se houver a necessidade de utilização do uso
progressivo da força em qualquer lugar, ela terá que ser utilizada para
garantir a desobstrução das vias. Não queremos impedir que as pessoas se
manifestem, mas não queremos trazer transtornos para a cidade. Nós
temos esse protocolo e vamos segui-lo”, alertou.
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