Aproveitando a onda de protestos os deputados estaduais decidiram aprovar
nesta quinta-feira, 27, duas Propostas de Emenda Constitucional (PEC)
"moralizadoras". São elas: a Ficha-Limpa para quem ocupa cargo público
efetivo ou comissionados no âmbito dos três poderes do Estado, e a que
diminuiu as férias anuais dos deputados de 90 para 60 dias. O presidente
da Assembleia Legislativa, Marcelo Nilo (PDT), disse que a Casa está
dando uma resposta às ruas. As leis seguem, agora, para a sanção do
governador Jaques Wagner (PT). A PEC apresentada pelo opositor Elmar
Nascimento (PR), é uma adaptação da Lei Federal de iniciativa popular
homônima. Contudo, não atinge só quem concorre a uma cargo eletivo, mas
todos aqueles que são pagos com dinheiro
público nos três poderes do Estado (Executivo, Legislativo e
Judiciário). Isso inclui desde governador, secretários, deputados e até
assessores e concursados. O texto original dizia que não poderia ocupar
cargo público a pessoa que tenha contra si representação julgada
procedente pela justiça (eleitoral, estadual, federal) transitada em
julgado ou proferida por órgão colegiado. O relator, deputado Álvaro
Gomes (PCdoB), suprimiu do texto, por meio de emenda, a parte do órgão
colegiado. A principal alegação do governista Zé Neto (PT) para o ato
foi a de que muitos ex-prefeitos que tiveram suas contas rejeitadas por
questão fiscal - em razão da baixa arrecadação - , e não por má fé,
seriam prejudicados. Na prática, significa dizer, por exemplo, que
ex-prefeitos não-reeleitos, nomeados em gabinetes de deputados ou órgãos
municipais pelo interior, estão blindados. Assim como secretários que,
quando prefeitos, tiveram contas rejeitadas. O deputado Carlos Gaban
(DEM) subiu à tribuna para afirmar que a supressão do termo órgão
colegiado "abriria a porteira da corrupção". Álvaro Gomes nega que a
alteração abra brechas. A aprovação, porém, foi unânime. Já a redução
recesso parlamentar para 60 dias, foi fruto de acordo de lideranças.
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