Um dia antes de colocar em debate
projeto que permite psicólogos promoverem tratamento contra a
homossexualidade, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da
Câmara, deputado Marco Feliciano (PSC-SP), disse que seria “covardia”
não tratar da proposta. “Não posso engavetar projeto. Seria covardia se
fizesse isso”, disse. “A comissão tem que trabalhar, não tem nada na
comissão, não posso só ficar fazendo audiência pública. Esses projetos
precisam ser analisados”, completou. A
comissão é dominada por parlamentares ligados a segmentos religiosos,
especialmente evangélicos. Feliciano negou que a discussão sobre a
chamada “cura gay” seja uma provocação aos ativistas, que há mais de
dois meses o acusam de racismo e homofobia e cobram sua saída do posto. O
pastor acusou parlamentares petistas, que abandonaram a comissão por
conta de sua presença, de manobrarem para levar o projeto para o
colegiado. O texto quer sustar parte de resolução do Conselho Federal de
Psicologia que proíbe o tratamento psicológico com o objetivo de curar a
homossexualidade. Segundo Feliciano, apenas o Brasil conta com uma
resolução nos moldes da que foi editada pelo Conselho Federal de
Psicologia.
“Não
fui eu quem trouxe o projeto para a comissão. Existe um jogo político.
Estava na Comissão de Seguridade Social, quando viram que ia perder,
trouxeram para cá. Aqui era o reduto deles, e de repente veio para outro
partido”, disse. Feliciano também falou sobre a possibilidade de
colocar em votação proposta lançada por movimentos ligados a comunidade
gay que prevê uma consulta à sociedade sobre o casamento homoafetivo.
Estatuto do Nascituro Parlamentares da bancada evangélica ainda prometem
votar amanhã
na Comissão de Finanças da Câmara projeto de lei conhecido
como Estatuto do Nascituro, que fixa por nascituro o ser humano
concebido, mas ainda não nascido.
O conceito
inclui embriões produzidos por fertilização in vitro ainda não
transferidos para o útero. O projeto causa alvoroço porque as entidades
que defendem a descriminalização do aborto entendem que ele, ao definir a
vida humana começa já na concepção, eliminaria a hipótese de aborto em
qualquer caso, inclusive naqueles autorizados pelo Código Penal -estupro
ou risco de vida para a mãe. Protesto Hoje, ativistas promoveram em
frente ao Congresso um novo protesto pela saída de Feliciano.
Um
sósia do deputado circulou pelo gramado ao lado de placas que indicavam
10 motivos para que não permaneça no comando da comissão. Eles pediram
ao PSC que retire apoio ao deputado, mas a cúpula do partido permanece
dando sustentação ao pastor. (Folhapress)
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