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domingo, 3 de março de 2013

MÉDICOS AFIRMAM TER CURADO BEBÊ COM VIRÚS DA AIDS

Médicos anunciaram no domingo que um bebê foi curado da infecção pelo vírus HIV pela primeira vez. A notícia, divulgada pelo jornal The New York Times pode levar ao desenvolvimento de tratamentos mais agressivos contra o vírus em recém-nascidos, causando grande redução no número de crianças convivendo com a AIDS. A criança, nascida na área rural do Estado americano do Mississipi, foi tratada com drogas antirretrovirais depois de 30 horas de seu nascimento, procedimento que não é normalmente adotado. Se estudos futuros comprovarem que o método funciona com outros bebês, certamente mudará o tratamento de recém-nascidos infectados em todo o mundo. A ONU estima que há mais de 3 milhões de crianças vivendo com HIV no mundo. Caso a notícia seja confirmada, o bebê do Mississipi seria apenas o segundo caso documentado de uma cura no mundo. O primeiro caso de alguém curado do HIV foi Timothy Brown, conhecido como o "paciente de Berlim", homem de meia idade com leucemia que recebeu um transplante de
medula de um doador geneticamente resistente ao vírus. A mãe da criança chegou a um hospital na área rural em 2010, já em trabalho de parto, e deu à luz prematuramente. Ela não havia feito exames pré-natal e não sabia que era portadora do HIV. Quando um exame mostrou que a mãe poderia estar infectada, o hospital transferiu o bebê para o Centro Médico da Universidade do Mississipi, onde chegou com cerca de 30 horas de vida.
Em entrevista ao New York Times, a Hannah B. Gay, médica professora de
pediatria, conta que pediu duas amostras de sangue com uma hora de intervalo para testar a presença o HIV no RNA e no DNA do bebê. Os testes detectaram 20 mil cópias do vírus por milímetro de sangue, índice baixo para bebês. Hannah medicou a criança com três drogas usadas para tratamento, não para a profilaxia, sem esperar os exames que confirmariam a infecção. Os níveis do vírus diminuíram rapidamente com o tratamento, e ficaram indetectáveis quando o bebê completou um mês de vida. Assim foi até que a criança completasse 18 meses, quando a mãe parou de levá-la ao hospital. Quando a mãe e a criança voltaram, cinco meses depois, Hannah esperava encontrar alta carga viral no sangue do bebê, mas os testes vieram negativos. Suspeitando de erro nos exames, ela pediu mais testes. — Para minha surpresa, todos voltaram negativos — disse. Depois de mais pesquisa, uma quantidade quase insignificante de material genético viral foi encontrado, mas sem vírus que pudesse se replicar, mesmo que dormente nos chamados "reservatórios" do corpo. Qualificou-se assim uma cura funcional da infecção, de acordo com os médicos. Há casos de bebês que eliminaram o vírus, mesmo sem tratamento. A transmissão do HIV de mãe para filho é rara — especialistas dizem que, nos Estados Unidos, o número de contaminações não chega a 200 por ano, uma vez que mães infectadas são geralmente tratadas durante a gravidez

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