“Salve Jorge” sai de cena nesta
sexta-feira como o pior ibope já registrado no histórico do horário das
21 h da Globo na Grande São Paulo, onde cada ponto equivale a 62 mil
domicílios com TV. Livrou do recorde negativo a novela “Passione”, de
Silvio de Abreu, que teve saldo de 35 pontos. A
considerar as duas últimas ocupantes do horário, “Avenida Brasil” e
“Fina Estampa”, o enredo encabeçado pela heroína do Complexo do Alemão, a
brava Morena (Nanda Costa) perdeu 400 mil residências para a plateia da
Globo na região que concentra o maior investimento publicitário do País. Mas, se pouco importa o que será da vilã Lívia
(Cláudia Raia) ou do casal de mocinhos, Théo (Rodrigo Lombardi) - que
ganhou o pejorativo apelido de 'Pasthéo' - e Nanda, “Salve Jorge” fez a
diversão dos tuiteiros na segunda tela, com erros de continuidade e
falta de lógica. Nunca houve
diálogo tão instantâneo entre autor e público, visto que Glória Perez,
criadora da história e compulsiva tuiteira, respondia no mesmo momento,
pela rede de microblogs, a acusações de incoerência desfiladas por sua
novela. Quando Rachel (Ana Beatriz Nogueira) foi vítima da implacável
seringa envenenada de Lívia (Cláudia Raia), houve quem protestasse
contra a falta de câmeras no ostensivo hotel onde a cena do crime se
passou. Ao que Glória, imediatamente, justificou: Lívia tem seus aliados
no estabelecimento.
A reportagem tentou
ouvir a autora sobre essa experiência de falar diretamente com o
público, diariamente, mas não obteve resposta. Nada disso, no entanto,
tira da novela o mérito de ter levado a questão do tráfico humano a
proporções que só uma novela alcança - ainda que a audiência não se
aproxime dos bons êxitos do horário, 35 pontos porcentuais diários
durante seis meses representam um público e tanto.
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