.

.

terça-feira, 5 de março de 2013

SAÚDE: QUANDO APOSENTAR O TÊNIS DE CORRIDA

Getty Images
Tênis de corrida: o tempo de vida depende de vários fatores e não há unanimidade entre quem entende do tema
Ryan Hall, um dos melhores maratonistas do mundo, costumava se orgulhar de usar os tênis de corrida até gastar a sola. Agora não faz mais isso. De uns tempos para cá, começou a trocar de tênis depois de correr cerca de 320 quilômetros com cada par. Isso significa que Hall troca de tênis duas vezes por mês.
“Sei muito bem que os tênis poderiam aguentar mais algumas centenas de quilômetros antes de ficarem detonados, mas minha saúde é tão importante para mim que sempre garanto que meu equipamento esteja novo”, afirmou.
É claro que Hall não precisa pagar pelos pares de tênis, pois é patrocinado pela Asics. Contudo, o resto de nós precisa e essa brincadeira fica cara, já que um par decente custa cerca de 200 reais. Ainda assim somos constantemente alertados a substituí-los com frequência, uma vez que correr com tênis velhos pode levar a lesões que podem demorar anos para curar.
Portanto, aqui vai uma questão muito simples: como saber que os tênis já estão prontos para serem jogados fora? Caso você se machuque, até que ponto é justo culpar os calçados?
Veja no infográfico: Como o corpo enfrenta a corrida
Minha amiga Jen Davis corre mais de 160 quilômetros por semana, assim como Hall, mas usa um conjunto diferente de critérios para se livrar dos tênis usados. Um deles é que se os tênis estiverem cheirando mal mesmo depois que ela os lave na máquina de lavar, é hora de comprar um novo par. Ela estima que cada par dure cerca de 800 quilômetros.
Henry Klugh, técnico de corrida e gerente da The Inside Track, uma loja de artigos de corrida em Harrisburg, Pensilvânia, afirma que chega a correr até 3.200 quilômetros com alguns pares de tênis. Ele frequentemente corre em estradas de terra, que prejudicam muito menos os tênis do que o asfalto e não comprimem, nem desgastam tanto o solado.
Meu técnico, Tom Fleming, desenvolveu o próprio método. Ele coloca uma mão dentro do tênis e aperta a sola com a outra. Se sentir os dedos é porque o calçado já está gasto – com a palmilha completamente comprimida e a sola gasta.
Quanto a mim, calculo quanto corro com cada par e os substituo depois de 500 quilômetros. Quem está certo? Talvez nenhum de nós.
Quer começar a correr? Faça o nosso programa!
Segundo Rodger Kram, pesquisador de biomecânica na Universidade do Colorado, a teoria é a de que é preciso trocar de tênis antes que a palmilha de EVA, ou etileno-acetato de vinila, que cobre a maior parte dos tênis de corrida comece a rachar.
“Pense numa fatia de pão de forma, macia e fora do saco. Aperte-a com a palma da mão até que fique reta e dura.”
O pesquisador descobriu que o amortecimento da palmilha ajuda a melhorar a eficiência durante a corrida. Mas é difícil saber se ajuda a prevenir lesões, afirmou, “pois não há dados suficientes sobre o assunto”.
Jacob Schelde, do Hospital da Universidade de Odense, na Dinamarca, analisou ensaios clínicos que abordam a relação entre o amortecimento e possíveis lesões, mas não encontrou nenhum. Atualmente, o médico espera angariar fundos para realizar um estudo de 15 meses com 600 corredores.
Schelde descobriu um estudo publicado em 2003 que apresentava dados relevantes sobre o volume de lesões entre corredores, embora não fosse randomizado e a idade dos tênis não fosse o foco principal da pesquisa. O estudo foi grande e testou os corredores regularmente durante um programa de treinamento de 13 semanas. Os pesquisadores não foram capazes de encontrar uma relação clara entre o tempo de uso dos tênis de corrida e o risco de lesões entre os corredores.

Nenhum comentário:

Postar um comentário