Julgado durante esta terça-feira no 4º Tribunal do Júri do Rio de
Janeiro, Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, foi condenado a
80 anos de prisão pelos assasinatos de Antônio Alexandre Vieira Nunes e
Edinei Thomaz Santos, e pela tentativa de homicídio de Adaílton Cardoso
de Lima. Ao ouvir a sentença, o traficante não esboçou reação alguma,
mas garantiu ao juiz Murilo Kieling que irá recorrer. Mais cedo, desde o
início do julgamento, Fernandinho Beira-Mar tentou mostrar uma faceta
menos bandida de sua vida. Chamado de “vovô” por crianças várias vezes e
recepcionado por vários parentes, o ex-chefe do tráfico na favela
Beira-Mar, em Caxias, na Baixada, contou que está fazendo um curso
superior de Teologia a distância. E explicou por que mudou declarações
dadas em depoimentos anteriores: “Antes, eu tinha uma visão diferente
das coisas, e queria me proteger. Hoje, estou sofrendo bastante. Quero
pagar o que devo à Justiça”. Mas a tentativa de imprimir um novo perfil a
uma história que já lhe rendeu mais de 120 anos de prisão em
condenações pelo país - 69 anos e seis meses apenas em julgamentos no
Rio - não bastou para reduzir a segurança em torno de Fernandinho. Preso
na Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná, o criminoso chegou
ao Rio na última segunda.
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